sábado, 13 de outubro de 2012

Um poema

Leitura não são só com livros. Você pode ler uma poesia, um poema, uma frase, um blog. Um blog que contenha tudo isto. E está faltando um poema, não é? Então, aqui vai ele. Quero postar poemas de verdade antes de postar algum que eu fiz. Só pra vocês serem capazes de notar uma obra-prima de uma tentativa de se expressar. Escrever um poema não é só procurar palavras que rimem. É saber se expressar, tocar o leitor. Às vezes, poemas sem rima são muito mais bonitos e tocantes do que aqueles com uma métrica e um ritmo impecável. E eu queria postar algo de um dos meus poetas favoritos: Carlos Drummond de Andrade. Então, sem mais delongas, aí vai o poema:
  As sem-razões do amor
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
 
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
 
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
 
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

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